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A verdade sobre microplásticos

Atualizado: 22 de jul. de 2020

Estas partículas, podem variar entre microplástico primário, ou microplástico secundário. O primário é aquele que já entra no ambiente com tamanho igual ou menor a 5.0 mm. E os secundários são criados a partir da degradação de outros produtos plásticos maiores após entrarem no ambiente.


Apesar do tamanho não aparentar conter grandes riscos e problemas, ou estudos que comprovem os efeitos que a ingestão destes componentes pode causar ao ser humano serem incertos, uma coisa é fato, eles estão por toda a parte.


Em um estudo recente realizado pela Universidade Estadual de Nova York, foram realizados testes com água de 259 garrafas, onde foi encontrada contaminação por plásticos variados, como polipropileno, náilon e tereftalato de polietileno (PET) em 242 garrafas das 259. Estes produtos são comercializados por 11 grandes marcas do mercado mundial, onde são vendidas em 9 países, incluindo o Brasil. Os tamanhos das partículas podem variar entre a largura de um fio de cabelo humano, até o tamanho de hemácia sanguínea.

O estudo citado demonstra não apenas a quantidade de garrafas e marcas que contém este material, mas também que os sistemas de tratamentos e alguns filtros utilizados já não são mais eficientes. Logo, este microplástico não fica mais retido neste sistema, indo direto para o meio ambiente, ocupando espaço em rios, lagos, oceano, e cadeias alimentares, pois devido ao seu tamanho diminuto, alguns peixes durante a fase de crescimento, logo após nascerem, confundem estas partículas artificiais com partículas de alimentos como plâncton e zooplâncton, devido ainda estar no início de seu desenvolvimento. No entanto como o microplástico não possui os nutrientes necessários para suprir as demandas destes seres vivos, eles acabam morrendo muito novos, diminuindo assim drasticamente o número de algumas espécies. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO) em 2016, estima-se a presença de microplásticos em até 800 espécies de peixes, crustáceos e Moluscos.


Outro estudo também realizado nos Estados Unidos da Améria, na Universidade John Hopkins, diz que os trabalhadores da pesca na Indonésia já consomem mexilhões contaminados por microplásticos. Este fato não se retém apenas na Indonésia, no Reino Unido e Austrália eles também estão contaminados, onde quem come frutos do mar com frequência pode ingerir cerca de 11 mil pedaços de microplásticos por ano.

Engana-se quem pensa que este material se restringe apenas a água, e aos animais, e que nos contaminamos apenas quando os ingerimos. Um estudo envolvendo marcas de sal em âmbito mundial de 2018, do Greenpeace com a Universidade Nacional de Incheon na Coreia do Sul, concluiu-se que cerca de 90% das amostras continham microplástico.

O plástico e suas variações de tamanho, estão definitivamente por todos os lados do planeta, desde o local mais profundo do oceano, como nas Fossas Marianas onde em uma expedição no ano de 2019 foram encontrados resíduos de materiais plásticos. Até algum dos locais mais inóspitos do planeta, como é o caso mais recente, que em 24 de junho de 2020, um grupo de cientistas encontrou a primeira evidência da ingestão de plástico por minúsculos animais, comum às redes alimentares locais, na Ilha King George, localizada a 120 km da península Antártica.


Apesar dos estudos sobre os reais efeitos aos seres humanos desta ingestão de microplásticos serem incertos, uma coisa se sabe, este material tem causado um grande problema ao meio ambiente e tem estado cada vez mais presente em diversos alimentos e bebidas, que antes não estava ali. Os reais efeitos desta ingestão frequente apenas serão vistos em alguns anos, através de estudos exatos, porém já é necessário mudar a forma com que consumimos o plástico e seus derivados, assim como a forma que o descartamos.


Cabe agora a nós, fazermos a nossa parte.

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