Assim como dito nas publicações anteriores, salienta-se, cerca de 75% da superfície do planeta é constituído de água e, apenas 2,75% dessa quantidade é doce, ou seja, própria para o consumo. Porém, dessa quantidade de água doce, somente 1,5% se encontra em lagos, rios e lençóis freáticos. O restante dela está em estado sólido nas geleiras dos pólos, montanhas e em reservas subterrâneas.
Diante de fatores como, crescimento populacional, aumento das atividades agrícolas, produção industrial, resíduos e poluição, somado a precária gestão dos recursos hídricos, torna-se anormal situações que a fonte supra às exigências de qualidade e quantidade. Daí a importância de preservar e usar conscientemente esse recurso vital comum a todos, e várias são as formas de fazer isso, por exemplo, reuso da água, a dessalinização da água do mar e a captação/aproveitamento da água pluvial.
Em muitos aspectos, pode-se analisar a indústria submetida a dois grandes impasses, equivocadamente, vistos de lados opostos. A pressão causada pelo mercado exterior, impondo mais competitividade e, “antagonizando” com esta coação ao desenvolvimento, as questões ambientais e condicionantes legais internas.
Neste contexto, é válido expor que a prática do uso consciente, reuso da água e captação pluvial, vem se disseminando em todo o país, consistindo basicamente na otimização dos processos e gestão da demanda, aliando o lucro, com a diminuição dos gastos com água, e a sustentabilidade. Além disso, em situações empresariais é usada como engodo, através marketing verde.
É importante enfatizar a valorização desses métodos, visto em vários órgãos governamentais e não-governamentais, tal como, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que promove todos os anos, desde 2006, o Prêmio FIESP de Conservação e Reuso de Água, iniciativa que estimula práticas de uso eficiente da água e, a conscientização de funcionários e comunidade do entorno. Reconhecendo empresas por placas e menções honrosas, o prêmio também se torna um indicador ambiental para o estado de São Paulo.
“O Prêmio FIESP de Conservação e Reúso de Água objetiva conhecer, difundir e homenagear, anualmente, empresas que utilizam boas práticas na promoção do uso eficiente de água, com medidas efetivas na redução do consumo e do desperdício de água, gerando benefícios ambientais, econômicos e sociais e aumentando a competitividade do setor, bem como dar ampla publicidade às ações realizadas pela indústria paulista na construção do desenvolvimento sustentável.”
Na última edição do prêmio, em 2019, foram 30 projetos inscritos e as vencedoras na categoria grande e pequeno porte foram, respectivamente, Toyota do Brasil Ltda. e Metalúrgica INCA Ltda. Ambas tiveram grande impacto no desenvolvimento sustentável da indústria brasileira.
No projeto aplicado pela Toyota, Desafio de minimizar e otimizar o uso de água na produção de veículos, replicou-se às quatro (4) plantas em solo brasileiro o objetivo de reduzir o consumo de água por meio da reutilização de recursos, havendo em dois (2) anos, economia de 87.237m3 de água.
A vencedora de pequeno porte, Metalúrgica INCA, empreendeu o aproveitamento da água da chuva, através de um projeto de captação pluvial.Com objetivo de aumentar cada vez mais a área de captação, reduzindo consumo de água. Em relação aos custos e considerando o consumo anual, o payback será concluído em aproximadamente 31 meses.
Levando em conta a situação social e estabilidade do mercado empresarial, atualmente, se torna imprescindível a avaliação econômica para tomada de qualquer decisão relacionada a implementação de tais tecnologias e processos. E, assim como os exemplos acima, projetos de reuso e captação, estão além do benefício aos recursos naturais, impactam diretamente na permissibilidade da sequência de funcionamento industrial/empresarial, permeando positivamente áreas sócio-econômicas-ambientais.
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